A Chiquita Bacana Emilinha Borba na Micareta de Feira

A CHIQUITA BACANA “EMILINHA BORBA” NA MICARETA.
Depois de 15 anos, a eterna “Rainha do Rádio” volta à Feira de Santana..

Por Marccelus Bragg e Fábio Ribeiro

Emilinha Borba, a “lenda viva da alegria nacional ”, deu o ar da graça em Feira de Santana. Aqui na cidade ela é muito querida. Tem muitos admiradores. E como nos velhos tempos da Rádio Nacional, o velho fã clube não filou ao compromisso das boas vindas. A espera foi longa, depois de 15 anos, uma das vozes mais bonitas do Brasil volta a Feira de Santana.

A LENDÁRIA EMILINHA DOS INGÊNUOS TEMPOS DA RÁDIO NACIONAL

Um dia, e há tempos atrás, Emilinha Borba encarnou muito bem, a verdadeira paixão do povo pelos seus artistas. Era um tal de “se rasgar por mim” sem precedentes. La Borba, foi a “coqueluche” dos anos dourados do rádio. Um tempo febril onde as pessoas sonhavam e torciam por seus ídolos preferidos. “Matavam e morriam por quem idolatrava”.

Ninguém é mais a cara do carnaval, do que Emilinha Borba. Marchinhas às centenas, foram por ela gravadas. Eterna “itinerante da canção”, ela sempre percorreu este Brasilzão, de cabo á rabo, levando aos corações solitários os seus lindos boleros, as suas baladas apaixonadas e a esperança de vida, para muita gente que se desiludiu com o amor. “E assim se passaram dez anos sem eu ver teu rosto, sem olhar os teu olhos, sem beijar a sua boca, e assim, foi tão grande a pena, que sentiu a minha alma, ao recordar que tu, foste o meu primeiro amor…”

Emilinha é mais que uma “cantora tarimbada ”, ela é uma áurea, pois paira sobre nós e representa o lado consagrado da MPB. Dona daquela arte que é feita para durar e que se opõe ao descartável. O nosso ouvido, hoje em dia, virou “eu te conheço?”, claro, com tanto lixo que toca por aí, alguém se lembra de questionar o que tem escutado ultimamente?

Por volta das 22:30, chegou a “Rainha do Rádio”. O circuíto Charles Albert em pleno ápice da folia, estava lotado de fãs e todos ávidos pela sua presença. A Micareta de Feira tem reservado bons momentos e eventos consagradores de bom gosto. Este é um deles. Afinal, tem gente que prefere este carnaval a desfile de blocos, e a prefeitura teve a sua marca de sapiencia ao proporcionar, democraticamente, que o povo tenha o seu direito de escolha garantido, ao lazer e a diversão. Mesmo porque, Emilinha Borba é a simpatia em pessoa. Brincou com a platéia. Fez piadas engraçadas, falou do seu amor à Bahia e em especial, à Feira de Santana, onde disse possuir “grandes amigos e um público fantástico”.

Espaço Charles Albert lotado pelos fãs de Emilinha

O seu fiel escudeiro na cidade, o colunista social Oydema Ferreira estava presente, sorridente e feliz por estar ao lado da sua Diva. Outro, que era só emoção, era o nosso amigo e homem de cultura Ailton Pitombo. A ausência mais sentida, desta noite da Emilinha em Feira, foi a do professor Ruy Benfica, que preside o fã clube da artista por mais de cinquênta anos. Lamentavelmente, residindo em Salvador e estado adoentado, não pode comparecer.

Quem desejou acertar no alvo da inteligência, ganhou ponto ao escolher, passar uma das noites da Micareta, ouvindo e dançando ao embalo da Emilinha Borba. Sem dúvida que foi lindo, assistir ao povo, aquela gente de todas as idades, vibrando a cada “ um pierrô apaixonado, que vivia cantando, por causa de uma colombina acabou chorando…” Não há um preço para uma emoção verdadeira. E é essa a razão de jamais se esquecerem da Emilinha. Ela é um símbolo, um retrato dos tempos da alegría ingênua.

EMILINHA E O REI MOMO – CARNAVAL É COM ELA!
EMILINHA ENTRE A REALEZA DA MPB

Nada discursiva, porém exemplar, Emilinha é um presente que resiste e um passado inesquecível, que profeçam, no dia em que vierem à desaparecer, um futuro frivolo e fútil nos aguarda. Alguém se habilita a chegar aos pés de La Borba? Você imagina existir outra que se sustentará, em talento e no coração das pessoas, por mais de sessenta anos, gravando, cantando e plasmando arte no seu soltar a voz contagiante? Podem até tentar, o difícil é chegar lá. Sua magestade a “Chiquita bacana la da Martinica” é insubstituível…..Emilinha querida, musa e rainha, Feira de Santana agradece. Não demore, porque não suportaremos mais quinze anos sem ouví-la de novo.

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