Marccelus no lindo carnaval do Rio
Eu vi, o grande espetáculo da Sapucaí!
Com todas as dificuldades comuns aos grandes centros e passando por cima do preconceito, que exageradamente associa a “Cidade Maravilhosa” ao cenário preferido da violência urbana, o Rio de Janeiro sabe – com certeza – fazer o mais lindo carnaval do mundo.
Costumo pensar e posso até estar errado neste julgamento, que todos nós brasileiros temos uma dívida enorme e impagável para com o Rio. Além de ter sido a capital do país – garbosa, próspera e linda em todos os sentidos – o seu esvaziamento com a transferência à Brasília do poder federal, foi sem dúvida, uma considerável perda. Não creio ter havido nenhuma compensação à altura e o que vemos hoje são os mesmos problemas das demais capitais, acrescidos de uma mídia centralizada que faz da violência dita carioca [que não existe apenas no Rio] um espetáculo sensacionalista e mesquinho, tanto para com a cidade e os seus habitantes, como para os demais brasileiros que pensam ser o Rio um foco barbárie absoluta ou uma praça de guerra constante. Uma tremenda injustiça.
A convite de fantásticos amigos – aquela gente preciosa – que trabalha e respira o carnaval [em especial aos meus adoráveis José Antônio e Adriano], fui ver, pela primeira vez em minha vida, a festa na Sapucaí. É um grande teatro de rua. Uma essência cultural que leva ao delírio uma multidão de aficionados.
A minha mãe vive a repetir “ a tísica acompanha o doente” então, não estando bem e com o espírito carregado de negativismo, nada pode ser belo ou apreciado sem as ressalvas do mal humor. O que não foi o meu caso, porque já aportei no Rio em alto astral.
Cheguei direto do Baile dos Artistas em Salvador, ainda meio grogue de sono e morto de cansaço, mas louco de vontade de ver meus amigos desfilarem nas escolas do Grupo de Acesso A naquele mesmo sábado à noite.
Eu amei tudo o que assisti. Bem de perto, porque fiquei em dias seguidos com a galera, numa “frisa” – para quem não sabe, um espaço especial com um custo mais elevado e que na verdade é um cercado de madeira rente a passarela do samba, bem colado com a avenida do desfile no sambódromo, alí pude ver e ouvir muito detalhadamente toda aquela exaltação ao samba.
Chegando até algumas vezes a tocar e cumprimentar quem desfilava. E foi nesta condição que vi celebridades tipo a Juliana Paes, José Wilker, Luma de Oliveira, Marisa Monte, Paulinho da Viola, Suzana Vieira, Rogéria, o Xuxa nadador, o pessoal da Globo como Jorge Fernando e elenco da novela “Senhora do Destino” e muito mais pessoas e situações inusitadas.
Começo dizendo uma verdade. Que gente acolhedora e simpática são os brasileiros do Rio de Janeiro. Tive a sorte de ter sempre um sorriso, um gesto cortes e um aperto de mão super fraterno.
Quanto à paisagem da cidade nem se fala, porque qualquer um poder ver naquele paraíso de tudo um pouco – lagoa, morros, praias, floresta nativa com fauna e flora típica da mata Atlântica e ainda se vangloriar de ter um Cristo Redentor somente pra si. De braços abertos e convidativo. Não dá inveja? Uma vontade enorme de ser carioca também?
E como se cuidam! Não sei se por ter convivido e estado com um grupo de seres que se cercam de arroubos estéticos – nunca vi tantos corpos torneados e gente linda por metro quadrado. Mas creio que de uma maneira geral e vendo no todo, as academias devem ser rotina pra muita gente.
E nos carros alegóricos e na própria concentração, já que também dei uma força voluntária como apoio a destaques, o que mais assisti foram formas exuberantes transformarem-se, após fantasiarem-se, em personagens surrealistas em beleza e brilho. Homens e mulheres que merecidamente são troféus de uma epopéia carnavalesca e tiram o fôlego de qualquer um.
Descontração e alegria foram os sentimentos régios deste grande bailar carioca. Fiz algumas imagens legais do desfile da Escolas de Samba do Rio, com as quais mais me identifiquei, mesmo porque, fotos de todas as agremiações e eventos seria uma tarefa quase que impossível, acontece muita coisa e é vasta a programação momesca do Rio. É que o resto do país não sabe e pensa apenas existir “Desfiles de Escola de Samba” porque este item se projeta mais. Aproveitei e registrei acima de tudo a emoção de ter tido esta grande oportunidade de estar lá na Sapucaí. Um sonho antigo meu.
Um momento carnavalesco – que é o sorrir dos eleitos do Corcovado, traduzido num lindo samba enredo e em fantasias surpreendentes – de coração, obrigado Rio de Janeiro por se dar assim ao Brasil e vai aí a minha confissão: “Rio eu amo você
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