Angela ‘Saputi’ Maria – A rainha do Babalu

Show em Salvador atrai muitos fãs gays

Por Marccelus Bragg

Ela mesmo diz ” Eu devo muito aos Gays. Eles são meus amigos, cantam as minhas canções, nunca me esquecem e são fiéis”. E como não poderia ser diferente essa legião de homossexuais, desde a biba mais cult ao saudosista e nostálgico súdito da ” Rainha do Babalú” compareceu em massa ao Show no Teatro Castro Alves. A maior e mais importante casa de espetáculos da Bahia lotou para ouvi-la. A média de idade era de 50 anos para o todo da platéia, afinal são décadas passadas e gerações que aprenderam a amar a maior Diva da música romântica brasileira.

“Enquanto houver ciúmes, amor não correspondido, saudade e paixão desenfreada. Enquanto houver a capacidade de amar das pessoas, Angela Maria sobreviverá”. Sentimentos não são dimensionados ou exclusivos de alguns. Amam as canções de Angela quem na realidade não tem vergonha de ser feliz.

Logo no foyer do teatro se notava o burburinho. Grupinhos e tribos gays chegaram cedo para garantir o lugar na frente, gays acompanhados das mamães, amigas mais velhas e tias era cena comum, gente de fã clube, como o staff da turma da Emilinha Borba e da rival Marlene não faltaram. São eternas ” Rainhas do Rádio” como a Angela Maria e esses fãs se alinhavam para fazer bonito na claque da “Saputi”. Esta fruta, quase desconhecida ou confundida com o genipapo, foi o apelido lhe conferido pelo presidente Getúlio Vargas quando a nossa , originalmente mulata e agora alva como a neve, Angela Maria despontava na Rádio Nacional.

Esta familiaridade de Angela Maria com partners glamourosos é antiga, quem a consegue separar de Cauby Peixoto ou de Agnaldo Timóteo? Este ano pela primeira vez a “Saputi” foi a rainha da banda de Ipanema, ponto alto da cena gay carioca e o hino gay “babalú” puxou o cortejo. Por razões que o próprio coração desconhece, a Angela confessou seu enorme prazer de ver tantos gays jovens cantando seus velhos hits e sensibilizou-se diante de tanta demonstração de afeto desta gente gay.

Enquanto uns rechaçam os gays e não querem a sua imagem de artista vinculado a esse povo, outros se orgulham e investem na sua preferência. Cada vez mais Angela Maria é única e eterna lenda viva da MPB ela veio para tornar a vida de quem ama mais romântica. E fala nas suas baladas do mais imortal do sentir e que não tem sexo: o amor.

Dizemos a Cinderela Angela Maria por dar de si a voz e doar aos gays a atenção e o carinho que estes merecem: obrigado!
Nós te amamos também!