Todo o Glamour da XI edição do Concurso
Por Marccelus Bragg
“Não se nasce mulher: torna-se mulher” , este é o gancho da sapiência Bouvoir em que a mestre de cerimônias Bagageryer Spielberg se apega para tranformar em tradição o seu Concurso de Miss Bahia Gay. Na compreensão desta mestre de cerimônias “ o transformar-se em mulher é uma confecção divina pois dela nascemos e da mulher é o cerne da beleza, do glamour e da inteligência”. Então, para homenagear este ser feminino na sua excelência é que aconteceu em 01/7, já na sua XI edição o Concurso de Miss Bahia “G”.
Antes de falar do espetáculo que tal saber mais um pouquinho da “Baga”? De fato, não há comparações, pelo menos no momento, com este artista humilde mas batalhador e que se chama André. Que aos poucos e com uma garra de fazer inveja, se transformou na fenomenal “Bagageryer Spielberg”. Inócuo é pensar que talento nasce como capim no pasto. Nada disso. Dom, são poucos que o possue e Bagageryer é uma dádiva, e acima de tudo, uma realidade benéfica na vida GLBT de Salvador. Não há ouvidos que fuja a sua top frase “meus aplausos por favor que eu não estou morta”. Porque não está morto quem acredita nos sonhos e para que tristeza se a gente tem a divina Spielberg em nossas vidas?
O local que sediou o Concurso de Miss Bahia “G” na sua XI edição foi o Teatro do Salesiano, espaço agradável e climatizado no bairro de Nazaré. O ingresso foi ao preço de R$ 20,00 e a Bagageryer Spielberg se apresentou ricamente vestida: trocou dois modelitos, um dourado cujo resplendor foi dedicado ao falecido couffeur Lisboa, de saudosa memória e outro vestido em tom vinho que a fez mais vistosa.
Desfilaram 23 misses, sendo elas representantes de cidades e de clubes da Bahia. Com relação aos jurados, quase sempre personalidades do jet set e da preferência local. E neste sentido a Bagageryer é categórica. “ Minha gente, as pessoas que aceitam o convite da Baga para prestigiar o nosso corpo de jurados chegam espontaneamente ao teatro para abrilhantar a nossa festa. Mas saibam todos, e repito, com todo o respeito e a adimiração pelas celebridades aqui presentes, a platéia vem no Teatro para ver o Concurso de Misses e não este ou aquele artista que está na mídia fazendo sucesso. Porque o principal é o evento – o show de transformismo e a atitude dos nossos rapazes que se travestem em ícones desfilantes. É o show , o evento em si que atrai as pessoas. Se os artistas estão conosco, ótimo e maravilhoso, mas o nosso show tem que continuar sempre porque, mais celebridade do que a própria platéia não há”. E não foi assim que Nara Costa a rainha do Arrocha se fez presente, assim como Simara e Renatinho do Grupo É o Tchan, encantadores e que foram lá participar da festa. Bem como, a Miss Bahia 2004 Cristal, e o divertido “Cumpade Washington” que da cuchia assistia tudo caladinho até ser chamado ao palco e brincar com a galera.
Depois foi hora de shows eletrizantes, tipo o de Saratiele Kolowski, que se fez acompanhar de dançarinos numa performace hiper profissional. Também Lion Schenneider, que dispensa comentários quando a palavra de ordem é emoção. Lion é uma virtuose em caras e bocas. Interpreta o que faz e é tido como uma sumidade nesta espécie de apresentação. Já dois momentos foram nostálgicos o da apresentação das históricas artistas Karinne Bergman e Lady Dy, ambas oriundas das grandes produções da década de oitenta, ainda em forma e talentosas. E o tecno crucial, misto de criatividade absoluta ficou por conta de Staff Auemermann, um artista expert em apresentações em que usa recursos cênicos extrapolantes. O Staff é surpresa, porque os seus números são imprevisíveis.
Durante o Concurso e para a surpresa nossa, a Bagageryer resolveu homenagear com um troféus os sites Farofa Digital e o Portal Marccelus. Ambos sediados em Salvador. E a razão é porque estes sites tem colaborado com a divulgação das suas iniciativas. A pessoa do editor chefe, Marccelus Bragg, subiu ao palco para receber o Prêmio Bagageryer Produções. Em sua fala, a mestre de cerimônias ressaltou “ o Portal Marccelus, num determinado momento teve toda uma sensibilidade, respeito e carinho pelas nossas misses da maturidade. Conseguiu passar através da internet que aqueles antigos transformistas continuam artistas telentosos e cuja memória profissional é real e nos orgulha a todos”
Gente muito legal e que não falta, quando o sentido da festa é fazer crescer o bolo da alegria e da descontração disseram “estou presente”. A mulata friendly Peteleca, que não falta nunca, o Dr. Carlos Laudari, representante da Pathfinder do Brasil, as meninas combativas e dinâmicas do Palavra de Mulher, que se organizam para levar às ruas na Parada Gay um “Trio Elétrico” voltado para as mulheres que amam mulheres. Os preservativos, claro, a CREAIDS marcou ponto no certame, leia-se Javier Anganoa, afinal, sexo e responsabildade para com a saúde nunca é demais e depois Dra. Edvânia Landim é vigilante e bastante atenciosa para com os GLBTs. De embalagem colorida, os preservativos eram distribuidos por lindas moças vestidas de tayer negro e estavam dispostos gratuitamente numa bandeja bem original. E a fitinha então, era tudo de fashion, na cor verde cana levava o seguinte slogan “Camisinha, uma grande prova de amor”.
Fotografamos o grande mestre dos Chapéus que veio do Rio, Antônio Pedra, cuja arte da chapelaria pode ser vista na novela em reprise Chica da Silva, a melhor prata da terra em estilismo: Di Paula e Julio Cézar Habib, a cigarra da noite Miriam Tereza, o empresário do turismo David Aranha com planos pra “Feira Pride”, a “Clara Nunes” Andrezza Lamark que foi fazer a maquiagem de Karine Bergmann, o museólogo reconhecido internacionalmente Luis Alberto Freire, o poeta Waldeck Almeida, Marcelo Cerqueira presidente do GGB, a rainha do arrocha Nara Costa, sempre fofinha e simpática com todos, outras misses – senhoras da terceira idade, Fourdon, a drag sergipana, Denis e Cristiano do Grupo Gay da Bahia, Yto Lao o amigão e empresário da sauna Olimpus, a promoter vitoriosa Andréa Cabral e a queridíssima Pink. E mais baianos e baianas que sabem viver um momento lindo e repetem as emoções com o espirito iluminado.
Ao final, as premiações foram as seguintes, a Miss Vitória da Conquista foi a campeã, levou a primeira colocação. Outras agraciadas: as misses empatadas no quesito simpatia “Brumado e Esplanada”, a elegância da noite ficou com a Miss Ilhéus, a Miss fotogenia foi a representante da Cidade Sol, Jequié e os mais belos vestidos da noite foram os usados pelas misses Camaçari, Itabuna e Vitória da Conquista.
E pra terminar, vem uma grande surpresa por aí, já está anunciado o Miss Brasil Gay em Salvador a acontecer em 01/11, uma mega produção Spielberg que será o boom no próximo verão. Holofotes e canhão, pois palco que a Baga pisa vira ouro, é sorte certa, apostem nela.
Confira as fotos abaixo: