IX Parada do Orgulho Gay de São Paulo

O Orgulho Gay Mundial : 2,5 milhões na Parada de Sampa!

Por Marccelus Bragg

Todas as Paradas do Orgulho Gay são importantes. Todas são imprescindíveis e proporcionalmente, aconteçam onde acontecer, já nascem pulsantes e são vitoriosas, porque o que vale não são os números ou as estatísticas, mas o ensejo e a motivação das suas existências. Estar nas ruas, bradar aos quatro cantos que “a nossa diversidade é o nosso orgulho – que somos GLBTs – e que não nos envergonhamos” é muito bom. Mostrar a cara desta cidadania e ocupar os espaços que a homofobia nos tira é também fundamental.

A caravana baiana levou a tradição a Sampa como “Filhos Gandhy”

Mas convenhamos, se é pra lavar a alma e ter aquele gostinho de prazer, nem que seja por um dia , o bom mesmo é estar em São Paulo e fazer parte desta grande movimentação. Não é atoa que caravanas de GLBTs se deslocam dos vários estados da federação e até de fora do país e aterrizam na maior cidade da América Latina.

Ninguém quer perder o bonde da história. Voltar pra casa depois e contar o que viu em Sampa é sinônimo de status – historinhas de aventura e de prazer que impressionam e São Paulo é um sonho. O mundo Gay paulista é enorme e a noção de variedade, pra quem vem dos confins deste Brasilzão continental, se dilui diante do leque de alternativas GLS que existem nesta metrópolis.

Só nesta 9ª. Parada – e logo na concentração – bem ao meio dia de 29/05, as variadas tribos urbanas já dimensionavam o que seria o evento. Vários trios elétricos e carros de som agitavam a galera. Os balões coloridos dependurados nos postes anunciavam que o território estava prestes à ser ocupado. E quem saiu de casa achando que só teria oba-oba se enganou. A idéia da Parceria Civil Já, como o tema deste 2005 foi muito providencial.

Como a luta pelo reconhecimento da Parceria Civil entre as pessoas do mesmo sexo, em Lei Específica, está demorando em se tornar realidade. O alerta desta Parada é o de se cobrar agilidade. Temos pressa. Esta conquista precisa ter a face do “de fato e de direito”. Esta familia alternativa – saudável em todos os sentidos – tem que ganhar as ruas. É um anseio da Comunidade GLBT e muitos homossexuais já registram as suas uniões em livros especiais junto à ONGs.

Os carros que abalaram na Parada

Quanto a multidão na Parada. A Organização do evento fixou o número em torno de 2 milhões e 500 mil pessoas. A Polícia Militar fala que não chegou aos 2 milhões e as redes de televisão que possuem helicópteros e sobrevoaram a Av. Paulista divulgaram algo como 3 milhões. Sendo assim, e qualquer que seja o número e sem a menor dúvida, esta é a grande festa da Diversidade no Brasil. E talvez do mundo, pois será difícil um récorde desses ser superado.

O mundo mágico dos heróis

Muitos famosos e celebridades foram vistos em cima dos trios. O ator Bruno Gagliasso teve o seu momento de “gay” na real. Foi o bonito global o alvo das mais calorosas manifestações de carinho. Isto por conta do seu personagem homossexual na novela das oito. Outro gay que explodiu na mídia e marcou presença em vários eventos da Parada foi o Jean Wyllys. O rapaz – no momento o mais famoso homossexual do país – trouxe ares de celebração ao movimento homossexual brasileiro. Embora não tenha um engajamento oficial ou de militância exarcebada ele “ se assumiu em horário nobre” e o seu exemplo de dignidade foi benéfico em todos os sentidos.

Grandes personalidades

A homossexualidade, pelo menos para mim, é quase uma condição divina, se outros a detesta ou se convive mal com ela, que se sufoquem no rancor e na infelicidade. Eu não abro mão do meu orgulho em ser gay e de poder debutar no Pride paulista. Esta foi a minha alegria pessoal. Tal como uma benção que chega na hora certa.

Gente da minha admiração

Por esta razão, estufo o peito e grito: Viva a Parada do Orgulho Gay de São Paulo – A Parada de todos nós brasileiros!!!!

Flagrantes da criatividade na Parada

Confira abaixo as fotos da Parada, clique em cima da imagem para vê-la maior…

*Crédito> As fotos em que aparece o Produtor Beto Melo, foram doadas pelo próprio